As empresas contam com um mecanismo para requisitar as forças policiais do Estado na condução de comboios de cargas de ração e também na negociação da passagem pelos bloqueios. “Felizmente a maioria dos manifestantes tem aceitado negociar e, num gesto humanitário, vem permitindo a passagem de alimentos e cargas vivas para evitar o sofrimento e a crueldade que a falta de ração causaria aos animais”, afirma o secretário da Agricultura e da Pesca, Airton Spies.
Campanha
O Governo do Estado criou ainda uma campanha pedindo a compreensão dos manifestantes para liberar as cargas com ração e cargas vivas. Santa Catarina é o maior produtor nacional de suínos e o segundo maior produtor de aves, com um rebanho de sete milhões de suínos e de 206 milhões de aves alojados em granjas. “Esses animais precisam ser protegidos nesse momento de crise”, ressalta Spies.
Escassez
O cenário continua delicado para o agronegócio catarinense. A partir deste sábado (26) começam a faltar insumos (milho e farelo de soja) para abastecer as fábricas de ração e dar continuidade ao processo de manutenção da vida de milhões de animais.
Há ainda um grande prejuízo com a interrupção dos abates de suínos, aves e bovinos. Mais de 70 mil pessoas deixaram de trabalhar nas indústrias de carne e leite de Santa Catarina. O secretário Airton Spies explica que, sem a retirada dos animais das propriedades rurais, o quadro de escassez de alimentos fica ainda pior.
“Até o momento, apesar da grave crise, todo o esforço do Governo do Estado, agroindústrias e produtores rurais está direcionado para evitar a mortandade em massa de animais em Santa Catarina”, destaca o secretário.
Leite
Os produtores de leite e laticínios de Santa Catarina também passam por um momento delicado. Com a falta de transporte, o leite não está sendo coletado nas propriedades rurais e é descartado pelos produtores. Santa Catarina produz oito milhões de litros de leite por dia – é o quarto maior produtor nacional do produto.
Comitê Integrado de Crise
A Secretaria da Agricultura é um dos órgãos presentes no Comitê Integrado de Crise do Governo do Estado. O grupo está concentrado no Centro Integrado de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cigerd), em Florianópolis, e trabalha coordenando as ações para manter o funcionamento dos serviços básicos no Estado.