“Momento de mostrar para as pessoas que o deficiente também tem vez”. Assim o acadêmico de Administração da Unesc e deficiente físico, Lucas Leandro Ferreira, definiu o Feirão de Empregos para pessoas com deficiência, evento realizado na Unesc nesta quinta-feira (24/01). A ação reuniu 17 empresas oferecendo vagas nas mais diversas categorias e funções.
Aos 19 anos, Ferreira é formado em um curso técnico de Administração e cursa a 3ª fase da graduação em Administração de Empresas da Unesc. O estudante já passou por três estágios, mas acredita que é hora de procurar um emprego com carteira assinada. “Acredito que aqui é uma oportunidade de eu encontrar um emprego, de iniciar minha carreira, na minha área de atuação”, comentou.
A mesma oportunidade é vista pela acadêmica de Design de Moda da Unesc, Juliana Alves Assis, de 21 anos. Ela é deficiente auditiva e busca por uma vaga nas empresas que se relacionam com o seu curso. “Muitas vezes os deficientes não vão atrás pois acham que não podem, mas aqui é uma oportunidade, uma opção de arranjar um emprego e trabalhar”, explicou a mãe de Juliana, Marlene Janaína Alves Assis.
Entre as empresas participantes, estiveram a Alinhar Consultoria, Angeloni Supermercados, Betha Sistemas, GDM Plásticos, Hospital São João Batista, Instituto Maria Schmitt, Portinari, TotalPlast, Ufo Way Denim Brasil, Unesc, La Moda, Vanelise Confecções, Corsul, Forauto, Copazza, Angelgress e Excelência Consultoria. A ação também contou com a parceria do Sine (Sistema Nacional de Empregos) e da Prefeitura de Criciúma, por meio da Secretaria de Assistência Social e Habitação do município.
Oportunidade de empregos
Estima-se que mais de 300 pessoas passaram pelo Feirão de Empregos. Ao chegar na Instituição, os interessados puderam conhecer as empresas, tirar dúvidas e se cadastrar para as vagas.
De acordo com a gestora do DDH (Departamento de Desenvolvimento Humano) da Unesc, Vania Menegalli, a ação surgiu a partir de um grupo de setores de RH’s (Recursos Humanos) que viram a oportunidade de oferecer juntas as vagas para os deficientes. “Além de aproximar as empresas, faz com que as pessoas tenham acesso às vagas e possam conseguir um emprego”, comentou Vânia.
Na ação, o Sine cadastrou os participantes para a intermediação entre eles e as empresas. “Um evento como esse aumenta a visibilidade para a sociedade e para o trabalhador. Aqui as empresas estão oferecendo o serviço e as pessoas estão procurando, sendo assim todos saem ganhando”, explanou a Assistente Social do Sine de Criciúma, Maria Elizabeth Pizzollo.
Diretos garantidos
De acordo com a Lei nº 8.213 de 24 de julho de 1991, as empresas que possuem de 100 a 200 funcionários devem reservar 2% de suas vagas para pessoas com deficiência. Já as empresas que possuem entre 201 e 500 funcionários, 3%. Entre 501 e 1000 funcionários, 4%, e por fim, empresas com mais de 1001 funcionários, devem reservar 5% das suas vagas.
“É importante saber que nós deficientes temos esse direito por Lei de uma parcela das vagas serem garantidas para pessoas com deficiência”, frisou Lucas Ferreira. “A adesão das empresas para o evento foi muito grande e isso é muito importante para o acesso dos deficientes para o mercado de trabalho”, comentou Maria Elizabeth.