Além disso, o delegado ressalta a proatividade da equipe, que realiza diligências (investigações) no local dos fatos e toma os depoimentos o quanto antes. Ele também explica que as provas devem ser colhidas o mais rápido possível, porque em caso de muita demora, as informações acabam se perdendo.
“O outro ponto é a confiança que a população tem na Polícia Civil de passar as informações. Muitos desses crimes envolvem tráfico de drogas, facções criminosas e as pessoas têm muito medo de falar, mas confiam no sigilo da equipe”, destaca Milanese.
Dessa forma, de acordo com o delegado, a informação chega até a equipe, que consegue reunir as provas e levar ao Poder Judiciário, através do Ministério Público e convertendo as informações em prisões dos acusados.
“Dos oito homicídios praticados na cidade, todos foram esclarecidos e todos os envolvidos foram presos ou apreendidos (no caso de autores adolescentes)”, enaltece Milanese.
Ele conta que isso também se deve ao trabalho da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Criciúma, que através do juiz responsável, emite os mandados de internação aos menores infratores.
“Nos anos anteriores, os adolescentes ficavam soltos e com a sensação de impunidade, pois cometiam homicídios e sabiam que, por serem menores, nunca eram internados. Mas agora isso mudou”, lembra Milanese.
Segundo ele, é preciso fazer com que tanto os menores como os adultos sintam o peso do ato que cometeram, fazendo com que a ação de criminosos seja coibida. O delegado também destacou o trabalho da PM, que realiza diariamente o trabalho ostensivo de repressão ao crime, assim como o trabalho do Instituto Geral de Perícias, que realiza perícias criminais e emite laudos técnicos.
“Muitas dessas provas são resultado de laudos e pericias de balística e outros tipos de pericias de local de crime que são muito importantes para a resolução desses crimes de homicídio”, conclui Milanese.
Entre as melhores do país
Pelo terceiro ano consecutivo, a Polícia Civil do Estado é destaque nacional no ranking de índice de esclarecimento de homicídios na pesquisa “Onde Mora a Impunidade”, do Instituto Sou da Paz. Os números divulgados nessa semana mostram que a Polícia Civil de Santa Catarina está entre as três melhores do país quando o assunto é resolução de crimes contra a vida.
A pesquisa realizada nos 26 Estados e no Distrito Federal contempla os homicídios que ocorreram em 2017 e foram esclarecidos até 2018. Somente metade dos Estados informaram os dados com precisão, e Santa Catarina é um deles.
Além de enviar os dados com precisão, Santa Catarina dispara entre os três melhores, perde apenas para o Distrito Federal que tem uma taxa de resolutividade entre 79% e 92%, seguida do Mato Grosso do Sul, que elucidou 67% dos homicídios.
Como os dados são de 2017, Santa Catarina aponta com 63% e fica na posição de terceiro melhor Estado do país, porém, hoje a taxa é de 73,3% (2019), o que elevaria SC para o segundo lugar.
Agora, em 2020, apenas nos primeiros seis meses do ano, a taxa de resolutividade dos homicídios da Polícia Civil já estava em 54% o que indica que o Estado atingirá novamente uma das melhores taxas do país ao término do ano.
“Esses números só comprovam a eficácia do trabalho investigativo da Polícia Civil na elucidação da autoria dos homicídios ocorridos no Estado”, avalia o presidente do Colegiado Superior de Segurança Pública e Perícia Oficial e Delegado Geral da Polícia Civil, Paulo Koerich.