A pobreza menstrual é um dos temas que seguem sendo amplamente discutidos nas cidades do Brasil. Em Criciúma, uma campanha para arrecadação de absorventes começa a ganhar força e nesta quarta-feira, dia 9, o Bistek Supermercados realizou a doação de 875 pacotes de absorventes para que sejam doados a pessoas que menstruam e que não possuam condições de comprar. A campanha é idealizada pela vereadora Giovana Mondardo (PCdoB).
De acordo com Giovana, a pobreza menstrual merece ter atenção dobrada. “Trabalhamos essa pauta desde o início do mandato e percebemos que o problema não está longe de nós. Todas as pessoas que menstruam merecem ter essa dignidade e respeito. Agradecemos ao Bistek pela parceria e por entender essa necessidade.”, destacou a vereadora.
As doações reforçam a preocupação para proporcionar cada vez mais dignidade menstrual. “O Bistek Supermercados está sempre engajado em campanhas que visam promover o bem estar e desenvolvimento social. E quando se trata de pessoas em situação de vulnerabilidade, acreditamos que não devemos medir esforços”, pontuou Wagner Ghislandi, diretor de marketing do Bistek Supermercados.
Nos próximos dias, uma nova fase da campanha para arrecadação de absorventes será lançada. No último ano, atividades em CRAS e outros órgãos também foram realizadas destacando a importância da dignidade menstrual.
Lei em vigor
O município de Criciúma conta com uma Lei contra a pobreza menstrual desde julho de 2021. A Lei nº 7.929/2021 institui diretrizes para a Política Pública Menstruação Sem Tabu, de conscientização sobre a menstruação e a universalização do acesso a absorventes higiênicos.
A Lei conta com diferentes diretrizes, como o fomento de campanhas para conscientização para a dignidade menstrual, incentivo de palestras e cursos e os absorventes devem ser incluídos como “componente obrigatório” das cestas básicas destinadas a núcleos familiares onde haja mulheres em Criciúma.
Para garantir esse recurso, foi feita uma emenda na Lei Orçamentária Anual (LOA) no valor de R$ 250 mil, aprovada pelos vereadores no fim de 2021, para que a Lei seja seguida no município.
Abandono escolar
Um estudo realizado pelo Ensino Social Profissionalizante (Espro) divulgado nesta semana, aponta que 20% de jovens entre 14 e 24 anos já deixaram de frequentar a sala de aula por não ter condições de comprar absorvente. O levantamento divulgado pelo portal uol entrevistou 2.930 pessoas que menstruam e outras 805 que não menstruam e reforça que o não uso é mais comum entre pessoas com renda de até um salário mínimo.
