O número de crianças brasileiras entre 6 e 7 anos que não sabem ler e escrever quase dobrou entre 2020 e 2021.
O levantamento feito pela ONG Todos pela Educação apontou que esse índice subiu de 25%, em 2019, para 40,8%, no ano passado.
Isso significa que a cada 5 crianças nessa faixa etária, duas não estão alfabetizadas como deveriam. O levantamento foi feito com base nos números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE, e considerou crianças que estudam em escolas públicas e particulares.
A ONG Todos pela Educação, responsável pelo levantamento, afirma que o cenário trazido pela pandemia de Covid-19 foi o principal responsável pela piora na alfabetização infantil em 2021. O coordenador de políticas educacionais da organização, Ivan Gontijo, dá mais detalhes:
Ivan Gontijo ressaltou que o déficit na alfabetização infantil prejudica a aprendizagem das crianças em todas as outras áreas do conhecimento escolar. Para o coordenador da ONG, as habilidades de leitura e escrita são essenciais para o desenvolvimento social e humano dos pequenos estudantes.
Para a ONG, é possível reverter o quadro negativo trazido pela pandemia na alfabetização infantil. Para isso, a instituição recomenda, primeiro, que as crianças que apresentam déficit nesse quesito sejam identificadas pelas escolas; e segundo, que elas sejam incluídas em um programa de aceleração do aprendizado a médio prazo.
O Ministério da Educação também se manifestou sobre esse levantamento. A pasta informou que por causa da pandemia de Covid-19, nos últimos anos, as ações da Política Nacional de Alfabetização foram redirecionadas para mitigar os impactos causados pela suspensão das aulas — como a disponibilização de recursos online e websites com conteúdos gratuitos para apoiar o processo de aprendizagem nesse período.