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Com conflito na Europa e aumento de insumos, o que esperar do mercado imobiliário no Sul de Santa Catarina? Confira os impactos!

Apesar da guerra na Ucrânia, aumento dos insumos, pandemia, inflação, entre outros fatores econômicos, o mercado imobiliário deve continuar crescendo ao longo deste ano e repetir o feito de 2021, quando registrou aumentou de 12,8% na venda de imóveis e 25,9% em lançamentos, de acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). A projeção positiva é do Sindicato de Habitação do Sul de Santa Catarina (Secovi-Sul/SC).

“Já existe um ambiente positivo para o restabelecimento do crescimento esperado no período pré-pandemia, mesmo que de forma mais lenta, porém continua e duradora. Nesse contexto, o mercado Sul catarinense segue o mesmo rumo do mercado nacional, devido à diversidade econômica da região, com indústria, agricultura e comércio”, adianta o presidente do Secovi-Sul, Helmeson Machado.

Um dos fatores que devem auxiliar nessa retomada econômica são os incentivos fiscais. Além do programa habitacional Casa Verde e Amarela, antigo Minha Casa Minha Vida, o governo federal lançou o Habite Seguro. A iniciativa oferece aos profissionais de segurança pública condições facilitadas para aquisição ou construção de casa própria.

O otimismo para 2022 também reflete na atuação da Caixa, a principal agente de financiamento e crédito imobiliário no Brasil, com cerca 70% do mercado. Recentemente, a instituição anunciou um aumento das operações com uso do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para a habitação, oferecendo mais subsídios e vantagens.

Para este ano, a Caixa também projeta crescimento de 10% a 15% na sua carteira de crédito imobiliário, assim como um aumento de R$ 6,9 bilhões para a contratação de obras e de R$ 500 milhões em subsídios para a aquisição de imóveis.

“O final da pandemia é outro fator importante a ser considerado, existe uma tendência de retorno do mercado aos investimentos de longo prazo, onde se inclui o mercado imobiliário”, comenta o presidente do Secovi-Sul, Helmeson Machado.

No auge da pandemia, o custo nacional da construção por metro quadrado chegou a R$ 1.421,87 no Brasil, sendo R$ 829,19 relativos aos materiais e R$ 592,68 referentes à mão de obra, segundo o Índice Nacional da Construção Civil (INCC/Sinapi).

A inflação do setor apenas no mês de junho de 2021 foi de 2,46%, a taxa mais elevada da série histórica com desoneração da folha de pagamentos, iniciada em 2013. O cenário deve mudar até o fim do ano.

“Os insumos já apontam tendência de queda a partir do encerramento do período pandêmico. Não devem retomar aos patamares de março de 2020, mas o próprio mercado e lei de oferta e procura vai tratar de ajustar as diferenças no médio prazo”, explica Machado.

A atenção do setor imobiliário também está voltada para o conflito entre Rússia e Ucrânia que já se estende por duas semanas e impacta o mundo todo. Em Santa Catarina, por exemplo, os prejuízos podem ser milionários com o comprometimento da exportação de carne e importação de fertilizantes, aço e níquel vindos do Leste Europeu.

“A guerra se protelando ou alcançando maiores patamares vai impactar diretamente nos custos diretos de vários setores da economia. O setor imobiliário observa atentamente os movimentos das potências mundiais em relação aos reflexos econômicos e as estratégias para prevenir uma recessão causada por isso. Assim como a pandemia, esse conflito deve ser encerrado o mais rápido possível para o bem de todos os setores econômicos e sociais”, afirma.