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Colesterol alto também pode ser problema de criança

Um quadro em particular chama atenção nesse contexto: a hipercolesterolemia familiar (HF), doença caracterizada por altos níveis de colesterol logo na infância. Existem duas formas do problema. Estima-se que a versão heterozigótica, mais leve, afeta uma em cada 200 a 500 crianças. Em geral, os níveis de colesterol no sangue ficam em torno de 350 e 550 mg/dl. Falamos de indivíduos que provavelmente terão doença cardiovascular antes dos 50 anos se não tratados adequadamente.

Já a segunda a versão, a forma homozigótica, é uma doença mais rara e grave. Ocorre um caso a cada 1 milhão de indivíduos, podendo acontecer na proporção de um para 30 mil em determinadas populações.

Os valores de colesterol total, nesse caso, podem ultrapassar 1 000 mg/dl – só o LDL (o colesterol “ruim”) chega a superar 500 mg/dl. Esses indivíduos, se não controlados precocemente, apresentarão doença cardiovascular antes até dos 20 anos de idade. Além do risco às artérias, esse grupo pode sofrer com xantomas, lesões de pele originárias do excesso de gordura circulante.

A suspeita de maior risco pode surgir no consultório do pediatra, que, principalmente nos episódios de HF, deve remanejar o pequeno paciente a um especialista. O tratamento inicial se baseia em mudanças de estilo de vida, como aumento da prática de atividade física, adequação da dieta (pobre em gorduras e rica em fibras) e controle do peso.

Se essas medidas não surtirem efeito, deve ser iniciado o tratamento com remédios. O objetivo é manter o LDL-colesterol, mais perigoso aos vasos, abaixo de 130 mg/dl.

O diagnóstico e o tratamento precoce compõem um requisito fundamental para que essas crianças não tenham a qualidade e a expectativa de vida prejudicadas pela doença cardiovascular.