Segundo a Polícia Civil, os integrantes do grupo se passavam por garotas “novinhas” por meio de perfis falsos na internet. Eles eram usados para puxar conversas com os homens, que depois eram extorquidos.
A investigação começou em dezembro de 2020 em São Bento do Sul, onde um inquérito foi instaurado para investigar a denúncia de uma vítima que teria depositado cerca de R$ 70 mil para os criminosos. Outra pessoa fora de Santa Catarina também caiu no golpe e chegou a dar R$ 250 mil para a quadrilha.
Apesar de ter sido iniciada pela Divisão de Investigação Criminal (DIC), da Polícia Civil de São Bento do Sul, a investigação também teve apoio da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, já que todos os investigados são do estado gaúcho.
Mais de 60 policiais civis cumpriram os mandados nas cidades gaúchas de Cachoeirinha, Charqueadas, Montenegro, Novo Hamburgo e Porto Alegre. Além das prisões de 11 suspeitos, também foram apreendidos R$ 59 mil em dinheiro, documentos e celulares.
Como funcionava o golpe
Segundo a Polícia Civil, os criminosos criam perfis falsos em rede social com fotos sensuais de garotas, que são chamadas por eles mesmos de “novinhas”. Em seguida, puxam conversas com homens de vários locais do país, preferindo vítimas que aparentam ter alto poder aquisitivo.
Os suspeitos informam um número de aplicativo de mensagem para a vítima e começam conversas eróticas, enviando fotos sensuais da suposta garota para que o interlocutor também envie fotos suas. De posse das conversas e do material trocado com a vítima, os criminosos passam a extorquir o interlocutor, alegando que a menina é adolescente e que então ele teria praticado crime.
Diante das ameaças de que será processado judicialmente e de que o caso será levado ao conhecimento da polícia para que o homem seja preso, os criminosos exigem determinada quantia em dinheiro para “abafar o caso”.
Algumas pessoas atuam como falsos pais da adolescente, outros como falsos advogados da família, tudo para fazer com que a vítima desembolse dinheiro para realização de um prometido acordo.
Para transmitir credibilidade às exigências e causar pânico nas vítimas, os criminosos chegam a montar delegacias de polícia falsas, onde fazem imagens simulando a tramitação de investigações e até a expedição de mandados de prisão falsos.
Algumas vítimas acabam cedendo às chantagens e fazendo transferências aos criminosos antes de procurar a Polícia Civil para denunciar a extorsão.