O clássico O Pequeno Príncipe e dois amigos, com diferença de idade de 20 anos, desbravando as belezas catarinenses no início do século passado. Todos esses elementos embalam o livro infanto-juvenil Vira e Mexe no Campeche: Zeperri e Monami, da professora, escritora e membra da Academia Criciumense de Letras (ACLe), Iris Guimarães Borges. Natural de Araxá (MG), mas uma entusiasta e apaixonada por Santa Catarina – tanto que mora em Criciúma há quase 50 anos – a escritora encontrou na cultura, na beleza e na magia do Estado a sua maior inspiração.
A obra, que conta com mais de 100 páginas, dividida em 12 capítulos com pequenas aventuras e ilustração do renomado artista plástico e ilustrador, Walter Lara, de Minas Gerais, será lançada neste sábado (24), às 10h, na Livraria Fátima, na Praça Nereu Ramos, em Criciúma. Entre idas e vindas, como também pausas, foi quase um ano para construir o livro que narra as aventuras de um manezinho, de nove anos, filho de pescador e o escritor do best-seller, Antoine de Saint-Exupéry, na estória com 29 anos.
Aliás, a obra literária O Pequeno Príncipe é o terceiro livro mais traduzido do mundo, contabilizando aproximadamente mais de 160 idiomas, e um dos mais vendidos por todo o planeta. Agora, com a digital catarinense, a fantasia ganha novos capítulos. “Sobre o autor o mundo inteiro já escreveu, mas a minha intenção foi escrever sobre os encantos de Santa Catarina”, adiantou Iris.
Segundo ela, há relatos de um pescador, dos quais serviram de base para escrever o livro, de que, entre os anos de 1929 e 1930, Saint-Exupéry esteve em Santa Catarina, especificamente no Campeche, no Sul da ilha da magia. “Existem, inclusive, registros da passagem da aviação francesa que realizava o correio aéreo no início do século XX. Tem duas correntes: uma que nega e outra que afirma. Eu optei pela literatura, pois ela me permite inventar o que eu quiser”, assegurou a autora.
O livro já teve a leitura e o aval do jornalista e também consagrado escritor Flávio José Cardozo, que é natural de Lauro Müller e membro da Academia Catarinense de Letras. “Ele é o escritor vivo de Santa Catarina que eu mais gosto”, aponta. E, apesar de ter moradia também na Capital, Iris ainda não conhecia o então palco principal da obra. Foram as belezas naturais do Campeche, toda a magia da ilha como um todo, e a estória do pescador que a moveram a compor a obra.
“Amo aquele lugar, mas inacreditavelmente até então nunca havia ido ao Campeche. Antes e durante a elaboração do livro, visitei a Avenida Pequeno Príncipe, que é uma das principais ruas de lá, como a área preservada da casa de pilotos, construída por pilotos franceses”, menciona.
Enredo
A fantasia de Vira e Mexe no Campeche: Zeperri e Monami se dá quando o filho de um pescador, o Kiko, conhece Saint-Exupéry e apresenta a ele as belezas catarinenses, com destaque para o Sul da Ilha. “Eles nadam juntos no mar, visitam a Ilha do Campeche, conhecem a arte rupestre, os animais da região, costumes, crendices, as cantorias, os ritos religiosos, os bois de mamão e até o universos das bruxas”, conta a autora.
O “manezês”, claro, não ficou de fora. “Eu resolvi incorporar a linguagem do manezinho da ilha, que vem do riquíssimo arquipélago dos açores, possuindo muitos detalhes. Zelo muito por ela (linguagem) para que assim seja repassada a harmonia no que pretendo expressar. Tanto que tem a mudança de pronúncia em relação aos nomes dos personagens principais, Zeperri e Monami, que era como o menino, o Kiko, era chamado por Saint-Exupéry, o Zeperri para os manezinhos”, explica.
Linguagem para adolescente A obra é para todas as idades, mas a linguagem foi pensada em agradar o público alvo, que é infanto-juvenil. “Tive o cuidado de usar uma leitura mais espaçada, com as riquíssimas ilustrações, para ficar mais agradável. O livro tem folhas acetinadas, é todo colorido e uma viagem as lugares mágicos. Espero que o pessoal goste”, deseja.