O Santuário Diocesano Nossa Senhora de Caravaggio, em Nova Veneza, que no ano passado celebrou com júbilo os 50 anos de sua inauguração, neste ano também tem uma novidade, a inauguração do velário na parte externa do templo, atrás da Gruta de Nossa Senhora. Trata-se de uma das primeiras obras que contempla o projeto de revitalização.
A bênção e inauguração foi realizada na última quarta-feira. “É um ambiente para queimar velas, mas não apenas um ambiente físico, é um ambiente que tem um aspecto religioso, porque não se trata apenas de acender uma vela e pronto. Há todo um rito, no sentido de pagar uma promessa ou mesmo de gratidão, uma expressão de fé que a pessoa faz”, ressalta o Reitor do Santuário, padre Valdemar Carminati.
Para o padre, o ambiente ficou muito bonito e acolhedor. “O velário tem todo um conjunto, com duas pérgulas laterais e, de um lado, uma estampa de Nossa Senhora de Caravaggio e de outro a de Cristo Ressuscitado, em vidro, com iluminação interna. É um ambiente chamativo, um ambiente que realmente propicia uma interiorização no sentido verdadeiro ao fato de queimar velas”, destaca.
O projeto é de autoria do escritório Machado & Kronemberger Arquitetura e Design e contempla uma rampa de acesso para que os devotos com dificuldade de locomoção ou cadeirantes possam se aproximar da gruta onde se encontra a imagem da Padroeira.
Ainda consta no projeto de adequação e reforma do Santuário, a construção da marquise na frente do Santuário, a reforma da sacristia e dos ambientes de confissões, construir quatro confessionários e um ambiente para o atendimento do padre no Santuário, entre outras melhorias. “Vamos iniciar logo em seguida, com a reforma da sacristia, mas a velocidade da construção vai depender dos recursos disponíveis”, informa o padre.
Ano Nacional do Laicato
A 67ª Romaria e Festa em honra à Padroeira, neste ano entra em sintonia com o Ano Nacional do Laicato, refletindo a figura de Maria como modelo para todos os leigos e leigas. O grande dia da festa é no domingo, 27, com a missa presidida pelo Bispo Diocesano, Dom Jacinto Inacio Flach.
“Nossa Senhora de Caravaggio me conforta”
Para a moradora de Siderópolis, Lígia Trombin, 32 anos, ir até o Santuário, conversar com Nossa Senhora e participar das missas já se tornou hábito há quatro anos. “Sempre busco um conforto junto a ela. Tudo que eu preciso eu peço a Nossa Senhora”, diz ela e conta que se tornou devota com a doença de seu marido.
” Quando meu filho tinha cinco meses, meu marido (Johnny) ficou doente. Teve um câncer e a situação me deixou atordoada. Sem aceitar inicialmente e sem entender os porquês, eu me via perdida, com um bebê e um marido com pouco tempo de vida. Na época eu trabalhava em uma empresa próxima ao Santuário e me apeguei muito a Nossa Senhora de Caravaggio. Durante todo processo da doença quando me via desesperada eu corria lá ao meio dia. Chorava, rezava e pedia”, recorda Ligia.
Foram sete meses de angústia e na semana da festa, Johnny entrou em coma, e ela pediu que suas colegas de empresa fossem na novena, já que estava no hospital com ele. “Queria apenas que Nossa Senhora desse a ele um descanso merecido”, conta Ligia e assim, no dia 20 de maio, último dia da novena, ele veio a falecer.
Hoje junto com o filho Davi, de cinco anos, superaram a situação, mas claro Lígia sempre mantém o marido em suas lembranças. “Ensino meu filho a estar sempre próximo da igreja e das orações. O legal é que ele entende que precisamos nos fortalecer e que temos alguém que nos protege se formos sempre nas missas e rezarmos”, acredita.
“Sempre que preciso recorro a Nossa Senhora”
“Sempre peço proteção a Nossa Senhora de Caravaggio e sou atendido “, revela seu Valmor Milanez, empresário aposentado e morador do distrito. Devoto da santa, aos 88 anos de idade, ele e sua esposa Arina, não deixam de participar dos festejos de Nossa Senhora de Caravaggio.
“Estamos sempre nas missas e novenas”, diz ele e comenta que anos atrás quando as coisas realmente apertavam dizia para Nossa Senhora: “Isso é problema seu. Eu provocava a santa e ela resolvia. Nunca me deixou na mão”, fala ele entre sorrisos.
Seu Valmor esteve presente também, na construção do Santuário, proprietário de uma madeireira foi ele quem doou a armação na época em que o local foi erguido. E destaca que também possui uma adoração por Nossa Senhora de Fátima. Na garagem de sua residência ele fez um andor aonde guarda a imagem da santa.
Mas para ele, um verdadeiro milagre e que garante ter recebido de Nossa Senhora de Caravaggio é de manter por 64 anos, duas famílias trabalhando unidas em uma mesma empresa. “Meu irmão que era meu sócio faleceu e seus filhos e os meus continuam tocando a empresa. Antes não tivemos problemas e agora mesmo sem ela, tudo continua funcionando na maior tranquilidade. Acredito que são poucas empresas que conseguem ficar tanto tempo assim. A minha conquistou isso, e sou muito feliz por dar certo. Por isso, considero um milagre, tantos anos assim sem intrigas e confusões”, finaliza.
