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Édson Da Soller fala de publicidade sem “credibilidade”

Sem credibilidade

“A febre das redes sociais está passando. Tem muita empresa que estava anunciando nas redes sociais, achando que estava fazendo bom negócio, e hoje está vendo que não está tendo bom retorno. Aliás, péssimo retorno. Ninguém quer ter a marca ligada a ofensas e rancores, e nos últimos tempos, o que mais se tem visto é justamente isto. As pessoas acham que podem sair ‘atirando” contra tudo e todos. E, o pior, as plataformas que deveriam impedir tais comentários, pouco têm feito.

O boicote das grandes indústrias multinacionais começou faz algumas semanas. Você já imaginou que um dia Coca-Cola e Pepsi estariam unidas? Ou Adidas e Puma? Essas marcas, assim como centenas de outras, aderiram recentemente ao Stop Hate For Profit (“Pare o ódio pelo lucro”), movimento de boicote publicitário que visa forçar o Facebook a agir energicamente para combater o discurso de ódio em suas redes sociais.

Neste cenário em específico, o boicote envolve diretamente companhias gigantes por elas serem grandes anunciantes na mídia online. Como a campanha defende causas importantes — o combate ao discurso de ódio e à desinformação, essencialmente — o posicionamento a favor do movimento acaba sendo mandatório para muitas empresas, até para dar seguimento ao código de ética que cada uma segue.

As empresas não querem ter suas marcas atreladas a comentários que denigrem e ofendem. Isto é fato. Ninguém quer exibir a marca em um ambiente que desperta o ódio e o rancor das pessoas, onde desavenças, bate-bocas e brigas são alimentadas e fomentadas a todo o momento. É muita baixaria. O que deveria ser um aliado para fomento da marca está sendo visto como um inimigo no momento.

O descrédito das mídias sociais só mostra o quanto os tradicionais veículos de comunicação, tevê, rádio e jornais, ainda são os melhores locais para divulgação de publicidades. Todos eles têm credibilidade e não dão espaço para troca de farpas e ofensas entre consumidores. Os espaços oferecidos pelos tradicionais veículos de comunicação só vem a somar com o propósito das indústrias, que é o de mostrar o melhor produto para o mercado. Não importa a área”.