Segurança

Inquérito policial aponta que professora não agrediu criança

O Governo Municipal de Urussanga, através da Secretaria de Educação, vem a público atualizar a população sobre o caso de suposta agressão que teria sido cometida por uma professora da rede municipal de ensino no mês de fevereiro, a um aluno de 4 anos, no Centro Educacional Vereador Erotides Oprendino Borges, no bairro da Estação. A Polícia Civil investigou o caso, e o inquérito foi concluído na última sexta-feira (10) e encaminhado ao Ministério Público.

Segundo o delegado, Marcio Campos Neves, a lesão é incompatível com a versão apresentada. “Partindo da versão da criança, apresentada pela família, de que um puxão dado pela professora na ‘hora do soninho’ teria ocasionado a lesão, seria impossível isso ter ocorrido, em tese, pelo fato de que, o que produziu a lesão ter sido uma pancada. Da para ver ele sair mancando, inclusive ele cai na hora da saída. A queda pode ter ocorrido pelo fato de ele já estar machucado, ou pode ser essa queda que causou a lesão”, explica.

Além do laudo pericial, foram utilizadas na investigação, imagens de câmeras de segurança que registraram a entrada e saída do aluno, além de depoimentos de todas as pessoas que de alguma forma tiveram contato com a criança naquele dia 15 de fevereiro. “O que chama a atenção é que o laudo demonstra que aquela lesão não foi causada por um puxão, mas sim por um instrumento contundente, por exemplo: soco, paulada ou queda da própria altura. Isso poderia ocasionar essa contusão”, cita Neves.

Outro fato apontado pela investigação é de que a professora, acusada a partir das características físicas que a criança teria passado para a família, nem sequer foi responsável pelo horário de dormir do aluno, naquele dia. Todos os depoimentos, apresentam uma outra pessoa, que teria colocado essa criança para dormir, não sendo registrado nenhum incidente no momento. Após o descanso, a criança teria participado ainda, de atividades externas na escola.

Para esclarecer em que momento a lesão pode ter ocorrido, a criança poderá ser ouvida. O delegado afirma que, por se tratar de um menor de sete anos, pela lei, a Polícia Civil não pode tomar depoimento. “Por isso, foi sugerida uma oitiva da criança em formato especial, em que o juiz, promotor e advogado já consegue conversar com a criança com a mediação de uma psicóloga para evitar a revitimização”, destaca.
Sindicância

Uma sindicância foi aberta pela Secretaria de Educação para apurar os fatos. As audiências ocorrem de maneira sigilosa e nada pode ser divulgado até o momento. Tudo está ocorrendo dentro dos prazos estipulados, mas uma prorrogação pode ser solicitada pela comissão, se a mesma julgar necessário.
A professora

A professora, agora apontada como inocente no caso, se encontra afastada da sala de aula por questões médicas. “São questões emocionais. A professora não consegue dormir, está passando por terapia, com o emocional totalmente abalado”, conta a Secretária Municipal de Educação, Janea Possamai.

Desde que a denuncia veio a público, pessoas atacaram a profissional em suas redes sociais e pessoalmente, mesmo não havendo provas da participação dela no fato. “Isso afeta não só a vida da professora, como de toda a família dela e a comunidade escolar. Precisamos cuidar ao acusar, ao apontar o dedo e julgar sem provas. Desde o primeiro momento orientamos a família da criança a procurar a polícia, para que a investigação pudesse ser feita”, explica a secretária.

“jamais seremos coniventes com qualquer agressão ou abuso de autoridade nas escolas. Mas precisamos tomar muito cuidado e averiguar as situações antes de apontarmos um culpado ou julgarmos o ocorrido”, completa.