A experiência de estudar no exterior brilha os olhos de qualquer estudante. No meio de 2019, a argentina Camila Villasuso, de 33 anos, aluna da Universidade Nacional de Avellaneda, em Buenos Aires, agarrou com as duas mãos a oportunidade e fez as malas para estudar na Unesc, em Criciúma. Hoje, ela se despede da instituição, dos professores e amigos que fez para voltar à cidade portenha. Porém, junto das malas, ela carrega novos sonhos, histórias e o selo de excelência do ensino de uma grande Universidade como a Unesc.
A oportunidade foi dada à Camila graças à parceria entre a Universidade argentina e a Universidade do Extremo Sul Catarinense para a dupla titulação entre cursos da área de Design oferecidos pelas instituições. Camila, que estuda Desenho Industrial, passou dois semestres nas aulas do curso de Design de Produto da Unesc.
Ao falar sobre a experiência, em um português quase fluente, mas com aquele sotaque castelhano, ela garante que sua vida foi transformada. “Eu sou muito grata por tudo que vivi aqui. São ensinos diferentes e pude aprender muitas coisas que não veria em minha Universidade de lá. A Unesc possui um ensino incrível, com ótimos professores e infraestrutura. No Iparque, onde estudei parte das 11 disciplinas que fiz aqui, há muita tecnologia, que melhoram ainda mais a qualidade. A Universidade foi durante os últimos meses minha segunda casa aqui no Brasil”, conta.
Camilla passava praticamente o dia todo na Universidade. Além de estudar no período da noite, ela estagiava na Instituição junto do Setor de Arte e Cultura e do Museu da Infância. “Depois dos meus três meses de adaptação, fiz muitos amigos especiais, que levarei para a vida. Tenho certeza de que quero voltar para o Brasil e voltaria para Criciúma. Aqui há muitas oportunidades de emprego. Quem realmente quer trabalhar, consegue”, destaca Camila.
A estudante deveria ter partido da cidade ainda no meio de 2020, porém, com a situação pandêmica, precisou ficar no Brasil. A Unesc a apoiou neste momento, garantindo que ela pudesse continuar a trabalhar na Universidade mesmo que o vínculo do intercâmbio já tivesse finalizado.
A dupla titulação entre cursos da área de Design oferecidos pelas instituições, foi reconhecida neste ano pela Organização dos Estados Ibero-Americanos (OIE) entre as melhores de Práticas de Qualidade na Internacionalização. A experiência ficou em primeiro lugar em uma das categorias e fará parte do Manual Ibero-Americano de Boas Práticas na Internacionalização.
Com a partida da estudante argentina, as instituições fecham o primeiro ciclo deste acordo, que iniciou com a ida do acadêmico Caio Canarin Mroninsk para Buenos Aires, em 2017.
Na época, Caio reiterou que a sua experiência também foi extremamente positiva. “Tive a oportunidade de estudar, trabalhar e conviver com pessoas não só da Argentina, mas do mundo todo, o que me amadureceu como pessoa e me desenvolveu como profissional. A cultura está muito ligada a maneira como se projeta e interage com Design, e isso também influenciou no desenvolvimento de uma nova ótica sobre a forma que se projeta produtos”, afirma
O coordenador do curso de Design de Produto da Unesc, João Rieth, avalia como positivo o primeiro ciclo, sobretudo porque ele possibilitou uma nova ótica para a avaliação do curso, analisando as semelhanças com a instituição argentina, aquilo que é possível melhorar, as práticas pedagógicas e, claro, aquilo que a Universidade tem feito de forma correta. “Continuamos firmes com o acordo e na expectativa que já nos próximos semestres possamos abrir novas oportunidades aos alunos”, garante.