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Unesc encerra primeiro semestre da disciplina “Vida e Felicidade”

Com foco no aprendizado e na reflexão sobre um entendimento mais amplo de saúde, a Unesc implantou no segundo semestre de 2019 a disciplina Vida e Felicidade, inicialmente ofertada no curso de Enfermagem. Ministrada pelos professores do PPGSCOL (Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva) Jacks Soratto e Cristiane Tomasi, a disciplina foi encerrada em grande estilo com os acadêmicos neste final de semana. Em encontro no Santuário Ecológico do Aguaí, em Nova Veneza, no sábado (7/12), os estudantes tiveram a oportunidade de realizar uma trilha, contemplar a natureza e fazer reflexões as discussões construídas ao longo do semestre e como a disciplina impacta suas vidas acadêmicas e profissionais.

Conforme Jacks, após a experiência inicial, a proposta é de ampliar a oferta para outros cursos da saúde e de outras áreas de conhecimento. “O debate gerado nos encontros tem com um fim último oportunizar fortalecer um conceito ampliado de saúde, rompendo a lógica vinculada ao processo patológico e fragmentador”, destacou.

Para Cristiane, a área da saúde precisa de profissionais diferenciados e, para isso, é preciso repensar suas formações. “A disciplina provoca reflexões sobre como olhamos para a vida que vivemos, bem como lança o olhar para que profissional de saúde queremos ser, uma vez que, enquanto profissional de saúde, estamos em contato com pessoas que têm vidas distintas, necessidades de saúde diversas, inseridas em cenários também diversos”, acrescentou.

De acordo com um dos estudantes da turma que participou da disciplina inovadora, Alexander Possoli, os encontros serviram para a reflexão sobre a não existência de uma fórmula para felicidade. “Devemos construí-la diariamente, em ações gestos independentes da situação que se apresente. Esse aprendizado nos possibilitou a oportunidade de nos tornamos profissionais diferentes e isso com certeza terá um reflexo enquanto futuro profissional”, salientou.

A disciplina

A implantação da nova disciplina na Universidade, conforme Jacks, deu-se com a percepção de que a atuação profissional no campo da saúde coletiva necessita uma formação sólida que contemple o planejamento e gestão em saúde, epidemiologia e suas relações com agravos e serviços de saúde. Além disso, que contemple ainda as ciências humanas e sociais “com ênfase na desconstrução do processo saúde doença centrado exclusivamente no paradigma cartesiano, biologicista e fragmentado”.

De acordo com Cristiane, a ação vai ao encontro das tendências mundiais de estudo e debate do tema “felicidade”, que desde 2015 tem começado a fazer parte de matrizes curriculares de instituições de ensino de diversos países. O movimento é inspirado nos preceitos da Psicologia Positiva e nas contribuições do professor da Universidade de Havard, nos Estados Unidos, Tal Ben-Shahar e no escritor Shawn Achor. “A disciplina procurou contemplar as diversas concepções sobre vida e felicidade a partir das formas de ser, pensar e sentir no local que habitamos. Também foram vinculados aos encontros aspectos relacionados a qualidade de vida e cultura de paz no ambiente acadêmico, profissional e pessoal estimulando convivências geradoras de felicidade. “, acrescentou a professora.

Ao total foram seis encontros que contaram com estratégias de ensino diferenciadas como dinâmicas, atividades lúdicas, saída de campo de modo que os estudantes eram os protagonistas do processo de aprendizagem.

O processo de avaliação também foi diferenciado, ou seja, não contou com provas ou trabalho impresso. Os professores utilizaram um processo de avaliação baseado na participação e engajamento do aluno nos encontros, o qual se materializou na construção de um projeto de felicidade.