A polêmica compra por R$ 33 milhões paga de forma adiantada para 200 equipamentos (ao custo de R$ 165 mil por unidade) contrasta com a compra feita com a Intelbras por um valor muito menor (R$ 70 mil por unidade). Em um dos documentos consta a assinatura do governador Carlos Moisés (PSL). Por isso, agora ele passa a ser investigado pela CPI.
O deputado Ivan Naatz (PL) apresentou na quinta (21) na Alesc (Assembleia Legislativa de SC) o protocolo de intenções assinado por Carlos Moisés e a empresa Intelbras, sediada em São José, para o fornecimento de 100 respiradores ao custo de R$ 7 milhões. Segundo Ivan, Moisés deverá ser chamado para depor na Alesc, ainda sem data definida.
A Intelbras tem escritório na China e o relacionamento com empresas daquele país facilitariam a aquisição dos equipamentos. Com a empresa catarinense, o governo não concordou em fazer o pagamento antecipado da compra ao contrário do que ocorreu com a Veigamed, dias depois da assinatura do protocolo de intenções, que recebeu R$ 33 milhões sem dar nenhuma garantia ao governo de Santa Catarina.
“Então o governo, no dia 28 (de março) já tinha conhecimento que podia comprar 100 respiradores por R$ 7 milhões e ele insistiu na compra com a Veigamed. Tudo isso teve a participação direta do governador do Estado, porque ele tinha conhecimento do protocolo de intenções, que ele assinou no dia 24 de março”, apontou o deputado Naatz.
De acordo com o relator da CPI, o funcionário José Florêncio da Rocha, do Fundo Estadual de Saúde, autorizou a compra dos 100 respiradores da Intelbras no dia 2 de abril.
“Então ao mesmo tempo que era dada ordem para comprar 100 por R$ 7 milhões o governo estava fazendo depósito de R$ 33 milhões por 200 (respiradores) para a Veigamed. Essa compra não se concluiu”, observou.