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Unesc visita bairros de Criciúma e conhece saúde pública

“É uma experiência que eu não teria fora da Universidade. Eu não teria este conhecimento. A frase é da aluna da primeira fase do curso de Psicologia da Unesc, Maria Clara Paes Pereira e foi pronunciada às margens do trilho que corta a comunidade após ela e os colegas percorrerem ruas e conversarem com moradores. “Vimos como é importante o nosso trabalho como universitário em ajudar as comunidades a ter um futuro melhor, saber onde trabalhar e até mesmo para projetos sociais dentro da Universidade, oferecendo auxílio à sociedade”, cita a aluna.

Maria Clara esteve entre os mais de 600 alunos de todos os cursos da área da saúde da Unesc que percorreram seis bairros de Criciúma durante a manhã deste sábado (21/05). Além de conversar com a comunidade local, eles conheceram as estruturas públicas como unidade básica de saúde, escolas, creches, CRAS, entre outros. A iniciativa foi realizada dentro da disciplina Saúde e Comunidade.

A disciplina, intercursos, permite aos alunos experienciar e interagir com a comunidade. “Por meio deste ato, a Unesc mostra para os seus estudantes o processo de aprendizagem pela experiência, uma experiência que, ao mesmo tempo que produz conhecimento e, portanto, contribui para a formação e excelência dos nossos estudantes, também possibilita a transformação dos espaços e dos cenários que são de aprendizagens, e até mesmo a transformação dos estudantes e de pessoas que convivem conosco neste território e nestes momentos de conexão da universidade com a comunidade. Tudo isso produz um aprendizado significativo que, seguramente, modificará a trajetória formativa dos nossos acadêmicos, além de todos os benefícios que leva para as comunidades”, salienta a reitora da Unesc, Luciane Bisognin Ceretta, acrescentando que durante a ação, os alunos captam dados dos bairros visitados através de uma ferramenta de geoprocessamento.

Muito mais que uma visita

A ferramenta citada pela Reitora é um aplicativo criado pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, que dá aos acadêmicos a possibilidade de coletar dados dos locais visitados, transformando o ato em mais que uma visita.

O professor Jacks Soratto, que acompanhou os alunos no bairro São Sebastião, explica que o aplicativo é utilizado para que os alunos registrem as suas impressões. “Pegamos algumas informações e a partir delas fizemos análise em sala de aula para que os acadêmicos entendam que a saúde é multifatorial, que ela não se restringe ao ambulatório, da unidade de saúde em si, mas a diversos fatores como lazer, infraestrutura, questões sociais do território. Fizemos uma reflexão que tem como finalidade construir um conceito mais amplo de saúde”, fala.

O professor ainda conta que o objetivo é aproximar os estudantes à Atenção Primária e oportunizar o conhecimento sobre o território, as áreas de vulnerabilidade e da comunidade. “Tudo isso para entender que a atuação do profissional de saúde na Atenção Básica exige esta aproximação da comunidade com o território. A disciplina Saúde e Comunidade está vinculada à Graduação Multi, que agrega todos os cursos da área da saúde, pois não temos como pensarmos em saúde sem fazer um trabalho interdisciplinar”, afirma.

Teoria e prática

Um dos acadêmicos que foi ao bairro São Sebastião com o professor Jacks Soratto, foi Paulo Henrique Brunelli, da primeira fase de Medicina. “Este primeiro contato com as comunidades e com quem trabalha no atendimento à população é muito importante para todos os cursos da área da saúde da Unesc. É interessante ter o conhecimento da parte teórica em sala de aula, mas esta parte prática também é muito importante. É essencial”, diz.

Voltando ao bairro Paraíso, onde a aluna de Psicologia, Maria Clara participou da ação, o professor Rafael Amaral lembra que antes havia a disciplina Interação Comunitária que foi transformada em Saúde e Comunidade. “Nela incluímos todos os alunos da primeira fase da área da saúde para mostrar o que impacta neste processo de saúde e doença das pessoas. Na ação deste sábado, eles vão in loco nas comunidades para conhecer tudo aquilo que viram durante o semestre”, pontua.