O Auditório Ruy Hülse, da Unesc, esteve lotado na noite desta segunda-feira (1/7), em pleno fim de semestre acadêmico, para uma palestra com conteúdo diferenciado. Ao invés de teorias de áreas específicas do conhecimento, o evento trouxe ensinamentos para todos os tipos de expectadores. Indo além da teoria, porém com base científica, a palestra que tratou do tema “Questione sua mente em nome da paz” envolveu os participantes em momentos de reflexão e autoconhecimento. A responsável pelos os vidrados ao longo de toda a noite foi a lageana Shirayam Daniele Ribeiro, membro da Organização Internacional Condor Blanco e produtora mundial da escola de liderança Free Mind.
Shirayam destacou sua trajetória de vida pessoal e a sua procura por significados até o encontro com a Free Mind e seu trabalho de espalhar essa mensagem pelo mundo todo. Interessada por leituras e pela busca do conhecimento desde a adolescência, ela se dedica a aconselhar pessoas desde os 19 anos. De lá para cá já aprendeu, evoluiu e encarou outras atividades, nas quais encontrou ainda mais significado nas práticas que seguia. “Cheguei em um momento que sem perceber eu estava trabalhando sem parar para ser produtiva. Fiquei meses sem folga e meu corpo sentiu isso. Até que parei para refletir e vi que estava indo contra os meus princípios e que precisava mudar esse rumo”, comentou.
Com essa virada na vida, Shirayam deixou o antigo emprego como produtora de espetáculos em Miami, por meio do qual conheceu personalidades como Madonna, Tina Turner e Beyoncé, para se dedicar ao ideal de libertar a mente das pessoas dos chamados “padrões limitantes”. “Eu me isolei em um retiro de silêncio, refleti e criei um treinamento para que pudesse transmitir essa mensagem para as pessoas. Ao apresentar isso ao Condor Blanco o treinamento foi aceito e desde então já passamos por diversos países, encarando todo tipo de público e de situação para buscar a conquista da autonomia interna e externa”, completou.
Os ensinamentos da catarinense que conquistou o mundo todo com suas mensagens baseiam-se na possibilidade de identificar pensamentos, avalia-los e afastá-los na medida em que não são válidos. “Eu percebi que o que mais nos aflige não é o que de fato está acontecendo na realidade, mas, sim, o que se passa em nosso pensamento, o que nossa mente cria sobre o que aconteceu, vai acontecer ou deixar de acontecer”, pontuou.
Diante disto, um dos focos da orientação é baseado em quatro ações principais: parar, sentir, questionar e transcender, cada uma explicada de forma especial no encontro desta segunda-feira. Ainda entre as orientações que se relacionam com o tema da palestra, Shirayam deixou a provocação de uma pergunta a ser feita por cada um a si mesmo ao se deparar com um problema. “Isso é uma das lições que aprendi com Byron Katie. Ela levanta a questão ‘Posso saber com absoluta certeza que isso que estou pensando é verdadeiro?’. Muitas vezes a resposta é ‘não’ e aí já identificamos que não precisamos estar ansiosos com esse assunto”, explicou.
Com técnicas que envolveram todos os presentes, Shirayam deixou uma mensagem de positividade e, conforme os relatos feitos após o evento, o desejo de que mais ações desse tipo sejam realizadas. Conforme o coordenador do Ânima da Unesc, setor responsável pelo evento, João Batanolli, a presença da palestrante marca um momento importante na Universidade. “Sinto que é época de convergência dos saberes, que estamos precisando muito disso. Estamos no império da ciência e abrimos as portas para a complementação do ser, para o sentimento, para a espiritualidade, questões cada vez mais necessárias em todos os meios. Estamos vendo que só desenvolvimento traz mais e mais ansiedade e em momento como esse a gente rompe os paradigmas para ver o mundo com outros olhos”, pontua.
Antes da palestra, a visitante teve a oportunidade de apresentar seu trabalho à pró-reitora Acadêmica, Indianara Reynaud Toretti, ao ex-reitor Edson Rodrigues e assessora da Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Merisandra Côrtes. No encontro, Indianara demonstrou interesse pelos dados apontados por Shirayam e vislumbrou possíveis parcerias para trabalhos dentro da Universidade. “Acredito muito nessa temática e, sendo da área da saúde, percebo claramente a necessidade de cuidarmos dessas questões em todos os âmbitos da Universidade. Vamos conversar novamente, esmiuçar as possibilidades e preparar, então, parcerias que possam beneficiar o maior número de pessoas possível com esses ensinamentos”, destacou.
