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Assistente social: profissão que luta por direitos humanos

Analisar e compreender o espaço que as famílias estão inseridas, bem como ter uma visão macro e microregional sobre as circunstâncias que colocam a população em uma situação de vulnerabilidade social, são as competências dos assistentes sociais. Eles atuam em diversas áreas, como saúde, assistência social, habitação, educação e iniciativa privada. A data que homenageia os profissionais é 15 de maio, esta sexta-feira. Em Criciúma, a Secretaria Municipal da Assistência Social e Habitação conta com 20 assistentes sociais distribuídos nos equipamentos, que interferem na vida dos usuários seguindo o princípio da profissão, que é defesa e garantia de direitos humanos.

Proteção Social Básica

Os profissionais lutam para que todos tenham acesso aos direitos garantidos na Constituição Federal e na Declaração Universal dos Direitos Humanos.  Além do acesso aos direitos, dependendo do local de atuação, existe um foco específico. Aqueles que trabalham na Proteção Social Básica, nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), priorizam a prevenção através do acompanhamento das famílias em seus territórios de abrangência. Os assistentes sociais dos Cras buscam conhecer a dinâmica familiar e trabalhar a questão protetiva das famílias para que não haja o rompimento de vínculos.

“Ser assistente social do Cras é ter sempre em mente que no cotidiano do trabalho o que mais importa são as famílias atendidas e que é preciso refletir cotidianamente quais estratégias são possíveis para a garantir de direitos. É necessário ter consciência de classe e compreender a estrutura social vivemos, permeada pela desigualdade. O nosso fazer profissional não é um ato de fé ou boa vontade, mas sim, um projeto de profissão”, disse a assistente social do Cras Renascer, Daiane Rocha.

Proteção Social Especial – Média Complexidade

Na Média Complexidade, Proteção Social Especial, que é quando os vínculos já foram rompidos, os assistentes sociais do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) lidam com situações de violências físicas, sexuais e psicológicas. Nestes casos, muitas vezes o objetivo é a superação da violência e a permanência com os membros familiares, quando estes não apresentam riscos à vítima.

Maria Terezinha De Bona Mendes é assistente social e atua desde 2013 no Creas de Criciúma. “Por mais que tenhamos conhecimento na área, é uma luta diária, ainda mais que lidamos com situações de violência. Lutamos para que todos tenham acesso aos direitos e me sinto muito feliz em atuar nessa área”, disse Maria.

Alta Complexidade

A Alta Complexidade tem assistentes sociais atuando em instituições de acolhimento. Compete aos profissionais realizar a busca pela família e estudar alternativas para que os usuários não permaneçam por tanto tempo nas instituições, como no Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop), que prioriza o resgate de vínculos.

“Trabalhar na Alta Complexidade é desafiador. É quando os vínculos familiares já foram rompidos e necessitam de afastamento”, comentou a assistente social e coordenadora da Alta Complexidade, Márcia Regina da Silva.

Secretária Municipal é assistente social

Graduada pela Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc), a secretária municipal da Assistência Social e Habitação de Criciúma, Patrícia Vedana Marques, é assistente social e servidora pública efetiva do município desde 2009. Durante seis anos atuou como assistente social e coordenadora do Cras do bairro Tereza Cristina. O seu último local de atendimento foi no Centro Pop. Em 2019 assumiu a coordenação da Proteção Social Básica da Secretaria Municipal de Assistência Social e Habitação de Criciúma e foi presidente do Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS).

A profissional também é especializada em violência doméstica contra crianças e adolescentes pela Universidade de São Paulo (USP) e especialista em gestão social de políticas públicas pela Satc e Egen. “Muitos entendem o assistente social como se fosse aquele que está ali só para distribuir cesta básica. Os profissionais estudam quatro anos e são preparados para analisar conjunturas e compreender a situação das famílias”, relatou.